Procura hospitalar tem crescido nesses últimos dias, mas instituição pede compreensão à comunidade
A covid-19 já deixou de ser a principal doença respiratória atendida nos hospitais. Principalmente, no Rio Grande do Sul, incluindo Frederico Westphalen. Devido ao bom número de pessoas vacinadas, este tipo de vírus está de certa forma controlado. O que tem preocupado as autoridades de saúde e instituições hospitalares é a H1N1 e suas variações.
No Hospital Divina Providência a situação não é diferente, tanto que a instituição veio a público pedir para a população ajude neste momento de aumento nas internações. Segundo a assessoria de imprensa o aumento da procura ao hospital se deve a um pequeno aumento casos de internações, porém foram tanto clínicas quanto cirúrgicas. Não podendo afirmar que há um surto de H1N1 em FW.
Gripe H1N1 avança no Estado
Atualmente, o Rio Grande do Sul convive com a circulação de três tipos de vírus influenza, duas linhagens do tipo A (H1N1 e H3N2) e outra do tipo B.
Não há diferença nos sintomas entre ambas as gripes, mas a H1N1 costuma ser a mais grave. Hoje, o subtipo predomina no Estado, sendo que no ano passado havia uma maior incidência da H3N2, que é mais leve, segundo a enfermeira Letícia Martins, técnica do Núcleo de Vigilância de Vírus Respiratórios de Interesse para a Saúde Pública do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
“Entre o fim de 2022 e o início deste ano, começamos a observar nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) o vírus A H1N1. Neste cenário, ele predomina em relação ao A H3N2. E por que nos preocupamos? Sempre que o H1N1 predomina entre os influenzas, temos no histórico da vigilância um maior número de hospitalizações e óbitos” — explica Letícia.
A testagem ampla de casos foi uma exceção instituída no âmbito do combate à pandemia da covid-19 e não é realizada no caso da gripe, diz Letícia. Como o diagnóstico de influenza não é realizado para todos os casos de sintomas gripais, a coleta é feita apenas de forma amostral em unidades estratégicas ou em internações hospitalares por SRAG. O objetivo é entender o perfil da circulação de doenças respiratórias entre casos ambulatoriais, já que a gripe tende a ser menos crítica.
Em 2023, a influenza já acumula 213 internações e 16 óbitos no Rio Grande do Sul, a maior parte (15) em pacientes com comorbidades e metade (8) em maiores de 60 anos, conforme dados do governo estadual. Em comparação, neste ano, a covid-19 acumula um total de 1.602 casos e 321 mortes. Os casos de gripe, no entanto, começaram a se acentuar a partir deste mês.
HDP se manifesta
Em comunicado, o HDP se dirige aos frederiquenses e a comunidade em geral. “Temos registrado nos últimos dias um aumento significativo na procura de atendimentos no Pronto Socorro do Hospital Divina Providência, superando a capacidade operacional e provocando superlotação e maior tempo de espera.
Embora a função do Pronto Socorro seja de atendimentos de casos de Urgência e Emergencia, percebemos que mais de 80% dos atendimentos são seletivos. Pedimos a ajuda da população para que somente procure o Pronto Socorro do HDP em casos de urgência e emergência, uma vez que o uso indiscriminado deste serviço dificulta o acesso de todos e pode colocar em risco o atendimento a pacientes graves.
Reforçamos que o HDP não recusará o atendimento de qualquer pessoa. Entretanto, esclarece que utiliza a classificação de risco, em que são atendidos prioritariamente pacientes cujos indícios clínicos revelem urgência ou emergência, o que acarretará demora significativa no atendimento daqueles casos não considerados graves. Desta forma, orientamos que os pacientes eletivos procurem as Unidades Básicas de Saúde do município”.
Ainda segundo a casa hospitalar, crianças estão com sintomas gripais mais cedo que o habitual, se comparado ao ano passado, porém nada anormal. E quanto ao tratamento disponibilizado para covid-19 “Não deixou de ser a principal, porém está se dando atenção também ao vírus da influenza. Ambos são testados aqui no HDP quando apresentados sintomas”.
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