Estudo da Fiocruz comprova eficácia da vacina contra o HPV no Brasil
- Jornal Frederiquense

- 7 de out.
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Pesquisa realizada com mais de 60 milhões de mulheres aponta queda de até 67% nas lesões pré-cancerosas e 58% nos casos de câncer de colo do útero
Pesquisadores da Fiocruz, com apoio da Royal Society e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgaram os resultados de um estudo que analisa o impacto da vacina contra o papilomavírus humano (HPV) no Brasil. A pesquisa, realizada entre 2019 e 2023, avaliou os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de mais de 60 milhões de mulheres com idades entre 20 e 24 anos.
De acordo com o estudo, a vacinação contra o HPV reduziu em 58% os casos de câncer do colo do útero e em 67% as lesões precursoras graves (NIC3). Os pesquisadores também apontaram que o impacto positivo da vacina foi observado mesmo antes da idade recomendada para o rastreamento de câncer cervical, que ocorre aos 25 anos.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) iniciou a oferta gratuita da vacina contra o HPV pelo SUS em 2014, com o objetivo de proteger adolescentes e mulheres jovens contra os tipos mais comuns do vírus. Em 2024, o Brasil adotou o esquema de dose única para a imunização, alinhando-se às mais recentes evidências científicas sobre a eficácia da vacina. Em 2025, novas diretrizes ampliaram a cobertura da vacinação, incluindo adolescentes de 15 a 19 anos e grupos prioritários, como usuários de PrEP, imunossuprimidos e pacientes com papilomatose respiratória recorrente.
O câncer do colo do útero ainda é o segundo mais comum entre as mulheres brasileiras e representa uma das principais causas de mortalidade feminina no país. Estima-se que 50% a 70% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, e a vacinação é considerada uma das ferramentas mais eficazes para a proteção, que abrange até 98% dos tipos de HPV mais perigosos.
Por: Ellen Manfio







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